GESTÃO

Lições Aprendidas: Ah! Se soubéssemos o que sabemos... Parte 4 Documentação organizada

Elaborado por Gilberto Peverari

em 18/01/2022

Nos artigos anteriores A dor do esquecimento, Identificação de uma liçãoOnde nascem as lições foram apresentados os benefícios da documentação de situações relevantes vivenciadas.

Nesse, veremos como organizar as informações, visando agilidade na seleção das lições úteis para uma situação a enfrentar. Durante as reuniões para exposições de experiências, é comum que surjam em maior número as que tiveram consequências negativas. De tanto conversar sobre elas, esmiuçando detalhes e causas, pode-se sentir o quanto esse estado dificulta a lembrança das experiências que tiveram resultados positivos e influencia a percepção dos ganhos obtidos. Daí se aconselhar que os eventos de coletas de lições sejam iniciados pelas que trouxeram resultados financeiros positivos, deixando as demais para a segunda etapa. É claro que, se durante essa segunda etapa alguma do primeiro tipo surgir, ela será bem-vinda. Agora daremos ênfase ao formato a ser usado para os registros das lições aprendidas, que permitem agilidade no resgate e o claro entendimento por qualquer um que as leia, independentemente da participação nos encontros de discussão e documentação. Quando se trata de uma análise do desempenho da organização ou do departamento, por exemplo, pode-se optar por registros sucintos, que é uma boa forma de se implementar o hábito de realizar essas análises:
  1. Identificação do Processo;
  2. O que fizemos de bom;
  3. Como repetir no próximo período (ano, trimestre, mês)?
Ou
  1. Identificação do Processo;
  2. O que poderia ter sido melhor?
  3. Como melhorar no próximo período (ano, trimestre, mês)?
Nota: Nada impede que se façam as duas análises, já que uma trata da repetição de rotinas bem-sucedidas (boas experiências) e a outra se baseia na melhoria de processos que tiveram resultados aquém do esperado (más experiências). Como discorrido no artigo anterior, tais informações poderão ser coletadas de diversas formas. O importante é que haja, de fato, um responsável por examiná-las, com autoridade para decidir o que fazer a respeito e comunicar os resultados das análises e decisões aos colaboradores. Caso não sejam divulgadas, corre-se o risco de perder o engajamento. Em gestão de projetos, muito mais informações são requisitadas, como: Cliente, Projeto, Descrição da ocorrência (Causa/Origem e Efeito), Data do registro, Impacto, Ações tomadas e Eficácia da ação. Isso é recomendado porque há questões que têm grande possibilidade de recorrência em outro projeto para o mesmo cliente ou que foram próprios de algum momento histórico. Um bom formato de descrição da ocorrência contém a causa e o efeito. A tarefa fica mais fácil se nos lembrarmos que a lição aprendida decorre de um fato, ou seja, algo que ocorreu, logo as causas podem ser apuradas, bem como as consequências. Teríamos, então, por exemplo: “Devido ao excesso de lubrificação nos trilhos, houve perda de aderência e consequente redução da velocidade da composição”. Recomenda-se o uso de palavras-chave, para facilitar a busca, quando houver possibilidade de nova ocorrência de uma situação já vivida. Para essa consolidação, pode-se utilizar uma planilha (se for eletrônica, melhor), um arquivo em texto, uma base de dados ou outro meio em que tanto a inserção de novas informações como a consulta sejam rápidas e que os registros sejam acessíveis aos responsáveis por vendas, execução e controle.

Na última parte desta série de artigos trataremos da atualização dos registros para que sejam sempre relevantes para o negócio. Até lá!