Elaborado por Gilberto Peverari
em 01/02/2022
Essa é uma das ferramentas simples no conceito, mas que podem ajudar em diversos processos.
No fundo, é uma matriz 2×2, em que se identificam as forças e fraquezas, segundo o ambiente interno, e as oportunidades e ameaças do ambiente externo.
Ela pode ser utilizada tanto em uma avaliação pessoal, em um processo de autoconhecimento, quanto em uma análise do seu negócio ou para o conhecimento mais profundo da sua organização.
O anagrama SWOT provém das iniciais das palavras Strenghts (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças), daí ser chamada, também, de FOFA, usando-se as iniciais das palavras em português.
O levantamento, puro e simples, já ajuda – e muito! – no autoconhecimento ou no conhecimento do negócio, mas, como veremos em breve, dá para ir mais longe e apurar mais esse processo.
E quais são as vantagens que esse levantamento proporciona? Menos exposição a riscos previsíveis, melhor definição e estruturação do plano estratégico, percepção de oportunidades “ocultas”, entre outras.
POR ONDE COMEÇAR
De fato, não há muito segredo no preenchimento da matriz, mas você pode seguir, basicamente, dois caminhos:
– Se você pretende fazer uma análise pessoal, tendo em vista apenas o autoconhecimento – ou, quem sabe, direcionar seu desenvolvimento pessoal ou profissional –, ou se seu objetivo é conhecer mais a fundo a sua organização ou vislumbrar como ela poderia crescer de forma mais segura, comece o exercício pelo ambiente interno, porque é aí que você tem mais domínio;
– Caso tenha despertado para uma oportunidade em um novo segmento ou para uma perspectiva de uma nova necessidade do mercado, valendo-se de uma visão mais estratégica, sugiro que comece o preenchimento da matriz pelo ambiente externo.
COMO PREENCHER
Na hora de preencher os campos da matriz, temos a impressão de que tanto faz ou de que é mais fácil começar pelas fraquezas ou ameaças, ou seja, pelo viés negativo, pois essa e a abordagem que nos preocupa ou nos assusta mais, chamando a nossa atenção diariamente.
Mas, por experiência, resista a essa tentação, procurando direcionar sua atenção para o positivo, o melhor que você, seu negócio ou o mundo têm a oferecer, pois , quando nos sintonizamos com a negatividade, na maioria das vezes, acabamos presos a essa ordem de pensamentos e subvalorizamos nossas avaliações positivas. O que era bom passa a parecer não ser grande coisa.
Vejamos como fica a sequência, então:
a) Inicie avaliando, como foi explicado no tópico anterior, se, conforme sua intenção, é mais conveniente iniciar pelo ambiente interno ou externo;
b) Identifique as Forças ou Oportunidade, conforme o caso, até achar que já anotou todas as principais. Não se preocupe em esgotá-las, pois, caso se lembre de mais alguma, poderá complementar depois. Mas, também, evite ficar trabalhando em mais de um quadrante ao mesmo tempo;
c) Depois, concentre-se nas Fraquezas ou Ameaças: Aqueles tópicos que acabam limitando a produtividade ou rentabilidade do negócio;
d) Finalizado esta etapa, passe a trabalhar no outro ambiente. Se começou com o interno, passe ao externo e vice-versa, sempre começando pelo positivo e mantendo o foco no que seja pertinente;
e) Finalmente, atenha-se às Fraquezas ou Ameaças, aquilo que possa trazer impactos negativos ao seu negócio, ao futuro, ao mercado, o que seja.
Exemplificando com alguns fatores que poderiam, eventualmente, ser mencionados:
– Forças: Infraestrutura adequada, qualidade do produto;
– Fraquezas: Alto custo do produto, capacidade de produção limitada a N unidades/dia.
– Oportunidades: Poucos concorrentes, crescimento do mercado.
– Ameaças: Aumento dos valores de mão de obra, desconhecimento das novas tecnologias.
É claro que, quanto melhor a descrição do fator, de modo que outras pessoas que não estejam participando do levantamento o entendam, maiores as chances de as ações definidas serem eficazes.
Há muitos que param por aqui e ficam olhando para os pontos que coletaram – ou os arquivam em uma gaveta ou relatório que ninguém lê –, quando podiam analisar esses dados, transformando-os em informações que, aí sim, gerarão valor, definindo ações que potencializarão os aspectos positivos e minimizarão os negativos.
Veja, a seguir, o que dá para fazer com suas “simples” anotações.
ANÁLISES POSSÍVEIS
Vejamos algumas possibilidades de análise, a partir de uma Matriz SWOT.
Essa análise leva em conta que nem todas as características têm o mesmo impacto. Aliás, esse impacto pode sofrer mudanças ao longo do tempo, então vale revisitar a Matriz SWOT periodicamente.
Basicamente, o que que se faz aqui é atribuir pesos às características listadas, com base na relevância em termos de recursos consumidos (tempo, dinheiro, etc.), imagem da organização ou importância para os clientes, por exemplo.
Tomando-se os fatores citados acima, poderíamos ter, por exemplo:
Repetindo-se o processo para as Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, teríamos as pontuações para cada fator, em relação ao objetivo pelo qual a análise SWOT está sendo feita, o que nos auxiliaria na definição das prioridades e concentração das primeiras ações nos fatores de maior impacto.
Pode-se até fazer um gráfico com as pontuações totais, a fim de deixar a análise mais visual:
De posse do diagnóstico que fez, esforçando-se para fazer uma análise bem crítica e neutra da situação, adote uma visão estratégica, relacionando as ações que deve tomar, a partir das seguintes avaliações de interferência:
a) Forças x Oportunidades:
Estratégias Ofensivas: Aproveite ao máximo as Forças para potencializar ou ampliar as Oportunidades identificadas.
Questione-se: O que você pode fazer para maximizar esses pontos fortes?
b) Forças x Ameaças:
Estratégias de Confronto: Tire o maior proveito possível de suas Forças para combater ou minimizar os obstáculos.
Questione-se: Como você pode minimizar as Ameaças por meio das suas Forças?
c) Fraquezas x Oportunidades:
Estratégias de Reforço: Minimize suas deficiências, porque elas podem reduzir suas possibilidades de aproveitar as Oportunidades. Avalie as Oportunidades de desenvolvimento e redução de suas Fraquezas.
Questione-se: Que Fraquezas podem impedir de aproveitar as Oportunidades? Como se pode aproveitar as Oportunidades para minimizar suas Fraquezas?
d) Fraquezas x Ameaças:
Estratégias Defensivas: Esteja atento aos riscos. Aperfeiçoe ou supere as Fraquezas, pois elas podem aumentar a probabilidade de Ameaças o afetarem.
Questione-se: O que você pode fazer para desenvolver suas habilidades e capacidades, de modo a reduzir as Fraquezas que podem torna-lo mais suscetível às Ameaças?
A partir das considerações e das estratégias definidas, definem-se ações a fim de maximizar a probabilidade de sucesso.
Nesse modelo você exercitará suas habilidades de inferência, pois, além da autoanálise, que é o que foi tratado até o momento, há necessidade de se montar uma Matriz SWOT do cliente, a matriz da sua organização segundo o ponto de vista do cliente, e a matriz da concorrência (para o que, talvez seja necessário elaborar uma para cada principal concorrente).
Veja um exemplo de como ela ficaria:
Com ela é possível inferir quais seriam as considerações do cliente, comparando as suas Forças e Fraquezas com as de seus concorrentes.
Outra abordagem possível é analisar o que você tem a oferecer ao cliente, para suprir as necessidades dele em função das Oportunidades e Ameaças que ele avalie que o mercado lhe apresente, e quais são os seus diferenciais em relação aos concorrentes, que podem torná-lo mais atrativo.
CONCLUSÃO
A Matriz SWOT é uma ferramenta simples que, como outras, pode ser tão abrangente quanto se necessite.
Pode ser usada para identificar suas características, oportunidades de crescimento e riscos que o meio lhe apresenta, bem como ter uma visão mais ampla das possibilidades de seu negócio.
Caso tenha interesse que realizemos um workshop para extrair o máximo que essa ferramenta oferece, entre em contato conosco.